Com frequência discute-se sobre de quem é a responsabilidade sobre a educação das crianças. Essa responsabilidade, não obstante é repassada para a escola, como se ali pudesse, por si só, impor limites, respeito e empatia.
é lamentável que em pleno século 21 estejamos ainda debatendo esse tema. Vejamos bem: estamos na era da informação, lutando por direitos, lutando contra o preconceito de raça, cor e gênero e ainda engatinhando no que diz respeito à educação?
O código civil em seu artigo 1.634, impõe como deveres conjugais o sustento, criação, guarda, companhia e educação dos filhos (1.566.IV). Quando analisamos o estatuto da criança e do adolescente também encontramos estes esclarecimentos.
A escola também é responsável pela educação de seus alunos, sim, porém é no que diz respeito a aprendizagens, alfabetização, letramento e novos saberes. Hoje vários estudiosos da área da Educação, dentre outras, falam sobre a "falência da família”, e não é por existirem novos modelos familiares e sim porque parece que os pais estão transferindo, “terceirizando” a responsabilidade a eles imputada. É como se tivessem medo ou receio de impor limites, regras, respeito, rotina... e essas crianças vão crescendo e sentindo essa falta, porque quem ama educa, prepara para a vida em sociedade. O bebê que está ali, na redoma protetiva e aceitativa da família vai crescer e precisa se desenvolver, ser preparado para o convívio social.
Você já ouviu a frase “quem não cai não aprende a levantar”, já parou para pensar em quanta frustração terá uma criança que em casa tudo pode, quando chegar na escola e descobrir que “não” nem tudo pode?
Os pais e responsáveis têm que ter em mente que estão criando um ser que vai para o mundo. e que tipo de indivíduo eu vou entregar para o mundo lá fora?
A família tem por obrigação dar base para que a criança caminhe em direção ao seu pleno desenvolvimento, mas com a certeza de que vai acompanhá-lo e não fazer este trajeto por ela.
Não é, de forma alguma, uma tarefa fácil, é uma tarefa necessária, afinal somos responsáveis por outro bem, maior que tudo, a vida de outro ser.