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Coluna da Oseane Bastos: Poesias e Versos

Publicada em 07/10/2023 às 14:56h - 50 visualizações

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Coluna da Oseane Bastos: Poesias e Versos
 (Foto: Créditos da foto: Arquivo Pessoal Oseane Bastos )

Quanto tempo dura a raiva que você tem? 

Lembra de que enquanto durou  

Ela foi sua, e não de quem lhe causou  

Ter raiva de alguém é guardar algo do outro em si  

Eu sei que tem coisa difícil de engolir  

Até a gente perceber que os desaforos dos outros,  

Também são deles, então, é com eles que vão ficar 

Porque pra minha casa eu não vou mais levar  

Quantas vezes eu devolvi a grosseria  

Para vencer a discussão  

Mas diante do espelho me sentia derrotado  

Por ter perdido a razão  

É como se a gente fosse uma árvore  

Que se alimenta do próprio fruto 

Mas também é responsável pela sombra que projeta diante da luz do outro  

Hoje em dia o meu ciclo é assim: 

Eu só recebo o que daria para mim 

Por isso eu estou aprendendo  

A supostamente perder por um momento  

Para certamente vencer o arrependimento  

Eu sou aquele cara que esfria a cabeça  

E percebe que não devia ter falado,  

Por saber que melhor maneira de encerrar uma briga 

É não ter nem começado  

Para não ficar abraçado no passado  

Por não ter dado o braço a torcer 

Chega uma idade em que querer ser o dono da verdade  

É não ter amadurecido  

E só ter escolhido envelhecer  

Estar certo não é ter que provar que o outro está errado 

Pra mim ainda é complicado,  

Mas a cada briga eu percebia  

Que essa tal de valentia  

É questão de inteligência  

Enquanto o valente se debatia 

Ensinava paciência 

Aquele que nos joga pedra está tentando agredir  

Para dividir a ferida que carrega  

Quanto mais a gente entende isso  

Mais se cura da própria dor  

É isso: aquele que não devolve na mesma moeda  

É porque sabe o seu valor 

Texto: “Árvores” - @allandiascastro  

Trecho da página 155 do livro A Monja e o Poeta, no capítulo sobre raiva.  

Neste texto Allan Dias Castro nos mostra uma lição importante sobre quanta bagagem de sentimentos ruins carregamos, e o pior carregamos sozinhos. Por vezes prevemos a necessidade de revidar ofensas e magoas, como se esse fosse o caminho da cura emocional, é como se desse modo fossemos nos curar mesmo das feridas causadas por outras pessoas, quando na verdade isso só nos toma tempo e causa dores desnecessárias. Calar não é consentir ou concordar, calar é não deixar que a opinião do outro nos tire o sossego ou defina quem somos.  

Quando finalmente compreendemos que quem somos depende apenas de nós, deixamos de perder tempo com discussões, brigas e diálogos desnecessários que não vão levar ninguém a lugar algum e por outro lado tomamos posse da nossa razão, o que não significa que o outro esteja certo ou errado, significa apenas que eu respeito a opinião do outro, mas tenho inteligência emocional, que me permite internalizar apenas o que vai contribuir positivamente em minha vida...




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