O proprietário da SAF do Botafogo apresentou elementos e impulsionou a investigação no senado 

  A presença de John Textor, em Brasília, teve um propósito claro: fornecer esclarecimentos cruciais. O proprietário da SAF do Botafogo apresentou suas evidências em uma reunião secreta realizada nesta segunda-feira no Senado. A sessão, que contou com a participação de parlamentares, manteve o ímpeto das investigações da CPI das manipulações de jogos e apostas esportivas.

Textor, convocado devido a suas declarações recentes, foi o primeiro a depor. No início deste mês, o executivo afirmou ter "provas de que o Palmeiras vem sendo beneficiado por dois anos" e acusou cinco jogadores do São Paulo de manipular uma derrota para o Alviverde no Brasileirão do ano passado.

Após uma extensa sessão pública, dominada principalmente por perguntas de Romário (PSB-RJ) a Textor, os participantes se retiraram para uma reunião privada, sem câmeras, imprensa ou telefones celulares. O ex-atacante não esteve presente devido a problemas de saúde, mas foi representado por um assessor.

Durante a reunião privada, Textor apresentou todas as evidências disponíveis, revelando nomes supostamente envolvidos em manipulação de resultados. Além disso, mostrou jogos baseados em relatórios da empresa francesa "Good Game!" totalizando mais de 180 páginas, que indicavam possíveis influências.

As discussões ultrapassaram o âmbito textual, com Textor exibindo vídeos que sugeriam movimentos suspeitos durante as partidas. Essas evidências já haviam sido compartilhadas em uma reunião anterior com Felipe Bevilacqua, vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Um ponto de destaque foi a análise das intervenções do VAR. Textor argumentou que as imagens exibidas para telespectadores e árbitros nem sempre refletem fielmente o que ocorreu em campo. Ele apresentou comparações e exemplos, considerados pelos presentes como o aspecto mais impressionante da reunião.

Textor considerou a reunião positiva e ficou satisfeito com os resultados. O conteúdo apresentado foi suficiente para sustentar as investigações, e a CPI já planeja convocar Leila Pereira, presidente do Palmeiras, e Júlio Casares, presidente do São Paulo, para depoimentos.

Os Senadores se manifestaram após a reunião:

Jorge Kajuru afirmou que "tivemos conhecimento de diversos indícios importantes que justificam a continuidade das investigações".

Carlos Portinho destacou a importância das evidências apresentadas por Textor e expressou surpresa com a falta de investigação da CBF e do STJD sobre o assunto.

Hiran Gonçalves ressaltou que as evidências apresentadas serão tornadas públicas e que os jogadores pensariam duas vezes antes de manipular resultados ao verem o que foi discutido na reunião.

Eduardo Girão enfatizou a importância de proteger o futebol brasileiro diante do crescimento das apostas esportivas e dos conflitos de interesse gerados por patrocínios e propagandas.

A reunião com Textor reforça a determinação da CPI em investigar a integridade do futebol brasileiro, evidenciando a necessidade de medidas urgentes para preservar a integridade do esporte nacional.